E Salvador pintou-se de vermelho e branco para festejar Santa Bárbara e Iansã.
"No dia 4 de dezembro quero a você exaltar, Na Baixa dos sapateiros, flores para a Santa de lá: Bárbara, santa guerreira, quero a você exaltar, é Iansã verdadeira, a padroeira de lá"
FOTOS e VÍDEOS: Nívia Lacerda
Estandarte à frente da procissão |
Eu sou filho de Iansã... |
Ricamente vestidas de vermelho e branco as baianas se destacam.. |
Iansã, ou Oyá, é um orixá sincretizada com Santa Bárbara, pela igreja católica.
Oyá, a deusa do Rio Niger, é representada com um alfange e uma cauda de animal nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.
Na mitologia iorubá XANGÔ casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: OYÁ, OXUM (deusa do rio Osun) e OBÁ (deusa do rio Obá).
Nas lendas provenientes do candomblé, Iansã foi mulher de OGUM e depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.
O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã pode ser traduzido como “a mãe do céu rosado” ou a “mãe do entardecer“. Ao contrário do que muitos pensam Iansã não quer dizer “a mãe dos nove“. Xangô a chamava de Iansã pois dizia que Oyá era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa é sua cor por excelência.
EPAHEY OYÁ! Homenageada em 04 de dezembro, Oyá, Iansã ou Inhançã é a orixá dos ventos e dos raios, a deusa que comanda as tempestades e também o espírito dos mortos, os quais controla com um rabo de cavalo chamado Eruexim – um dos seus símbolos.
Tossos de todos os tipos.. |
tossos e colares.. |
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Procissão de 4 de dezembro |
Procissão de 4 de dezembro |
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HISTÓRIA DE SANTA BÁRBARA
O pai trancou-a em uma torre com cabines para banho, ao lado de um cárcere privado. Quando ele retornou de uma de suas viagens surpreendeu-se ao ver que conseguira que a cabine recebesse três janelas em honra a Santíssima Trindade e não duas – como era o costume. Bárbara disse ao pai que se convertera ao cristianismo o que levou o pai a agredi-la e levá-la ao prefeito da província.
Este ordenou que a torturassem e depois a decapitassem. E o próprio pai executou a sentença! Momentos após um raio caiu sobre ele reduzindo-o a cinzas. Isto nos mostra que os pais devem ser honrados, porém devem também saber amar e respeitar a seus filhos: corrigi-los, sim, porém nunca agredi-los e muito menos com crueldade.
Oração da Santa Bárbara: Deus, nosso Pai, “fazei que, por intercessão de Santa Bárbara, obtenhamos receber, antes da morte, o sacramento do corpo e do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Livrai-nos, pois, da morte repentina, violenta e imprudente. Livrai-nos de todos os perigos espirituais e temporais. Nada abale a nossa fé em Jesus Cristo, vosso Filho. E nesta fé, tenhamos força para superar todos os contratempos de nossa vida. E como os rochedos se abriam à passagem de Santa Bárbara, assim também os rochedos de nossos problemas se abram, para que passemos com as soluções, inspiradas e iluminadas pelo amor que temos em vós, Senhor nosso.
Devoção: À Santíssima Trindade
Padroeiro: Dos raios, trovões e tempestades
http://www.santoprotetor.com/santa-barbara/
MITOLOGIA DE IANSÃ
Embora tenha sido esposa de Xangô, IANSÃ
percorreu vários reinos e conviveu com vários reis. Foi paixão de Ogum,
de Oxaguiã, de Exú, Conviveu e seduziu Oxóssi, Logun-Edé e tentou, em
vão, relacionar-se com Obaluaê. Sobre este assunto, a história conta que
Iansã percorreu vários reinos usando sua inteligência, astúcia e
sedução para aprender de tudo e conhecer igualmente a tudo.
Em Ire, terra de Ogum, foi a grande
paixão do guerreiro. Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganhou
deste o direito de usá-la. No auge da paixão Ogum , Iansã partiu, indo
para Oxogbô, terra de Oxaguiã. Conviveu e aprendeu o uso do escudo para
se proteger de ataques inimigos, recebendo de Oxaguiã o direito de
usá-lo. Quando Oxaguiã estava tomado de paixão por Oyá, ela partiu.
Pelas estradas deparou-se com Exú. Com
ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino
de Oxóssi, seduziu o deus da caça, mesmo com os avisos de sua mulher,
Oxum, que avisara ao marido do perigo dos encantos de Iansã. Todavia,
com Oxóssi, Oyá aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se
transformar naquele animal, com a ajuda da magia aprendida com Exú.
Seduziu o jovem Logun-edé , filho de Oxóssi e Oxum e com ele aprendeu a
pescar.
Iansã partiu, então, para o reino de
Obaluaê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu
rosto (conhecido apenas por Nanã – sua mãe – e Iemanjá, mãe de criação).
Uma vez chegando ao reino de Obaluaê, Iansã tratou de insinuar-se:
– Como vai o Senhor das Chagas?
No que Obaluaê respondeu:
– O que Oyá quer em meu reino?
– Ser sua amiga, conhecer e aprender, somente isso. E para provar minha amizade, dançarei para você a dança dos ventos!
(Dança que, por sinal, Iansã usou para seduzir reis como Oxóssi, Oxaguiã e Ogum).
Durante horas Iansã dançou, sem
emocionar ou, sequer, atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de seduzir
Obaluaê, que jamais se relacionou com ninguém, Iansã então procurou
apenas aprender, fosse o que fosse. Assim, dirigiu-se ao homem da palha:
– Obaluaê, com Ogum aprendi a usar a
espada; com Oxaguiã, o escudo; com Oxóssi aprendi a caçar; com
Logun-edé a pescar; com Exú aprendi os mistérios do fogo. Falta-me
apenas aprender algo contigo.
– Você quer aprender mesmo, Oyá? Então, ensinar-lhe como tratar dos mortos!
De inicio Iansã relutou, mas seu desejo
de aprender foi mais forte e, com Obaluaê, aprendeu a conviver com os
eguns e controlá-los.
Partiu, então Oyá, para o reino de
Xangô. Lá, acreditava, teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a
viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Iansã
aprendeu muito mais que isso… aprendeu a amar verdadeiramente e com um
paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a
ela o seu coração.
http://www.paijoaquim.com.br/a-mitologia-de-iansa/
Iansã |
SINCRETISMO RELIGIOSO NO BRASIL
"Sincretismo é a fusão de doutrinas de diversas origens, seja na esfera das crenças religiosas quanto nas filosóficas. Na
história das religiões, o sincretismo é uma fusão de concepções
religiosas diferentes ou a influência exercida por uma religião nas
práticas de uma outra.
No Brasil o sincretismo religioso é uma prática bastante comum.Mas
tudo começou a partir do ano de 1500, quando o território brasileiro
tornou-se palco para o encontro de três grandes tradições culturais: a
ameríndia, nativa da terra; a européia, trazida pelos colonizadores
portugueses e mais tarde a africana, trazida pelos escravos bantos e
sudaneses. Um encontro que foi desde o início marcado pela imposição da
cultura européia às populações indígenas e africanas, refletida,
principalmente, na imposição da cristã da Igreja Católica Apostólica
Romana a esses dois grupos.
Para
se viver no Brasil, nesta época, o índio e o negro mesmo como escravo, e
principalmente depois, sendo livre, era indispensável antes de mais
nada, ser católico. Por isso eles que cultuavam seus deuses e tinham
suas bases religiosas bem estruturadas, no Brasil se diziam católicos e
se comportavam como tais, além de praticarem os rituais de seus
ancestrais, freqüentavam os ritos católicos.
Há
antropólogos que insistem que a assimilação Santo/Orixá era aparente e,
inicialmente, serviu para encobrir a verdadeira devoção aos seus
deuses, pelo fato dos cânticos nesses rituais terem sido efetuados em
língua nativa e que ninguém os entendia. Um fato histórico que pode
opor-se a este pensamento é a criação das confrarias de negros, como
exemplo a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, na
Bahia, que era totalmente composta por negros que haviam realmente se
convertido ao Cristianismo e não eram apenas uma fachada.
Essa
tentativa forçada de aculturação sempre encontrou resistência, o que
acabou resultando em várias tentativas feitas por indígenas e africanos
de conciliar os princípios de suas culturas e, por conseqüência, de suas
tradições religiosas, a doutrina cultural e religiosa que lhes eram
impostas. (...)
(...)
A
partir do século XV inicia-se uma das maiores migrações forçadas da
história da humanidade, na qual milhões de africanos que haviam sido
capturados em seus territórios ancestrais, na maioria das vezes por
outros africanos de tribos rivais, foram levados para o litoral e
vendidos como escravos para os europeus e brasileiros em portos
específicos na África e trazidos nessas condições para o Brasil.
Durante
o final do século XVI e final do século XVIII, a principal etnia
trazida para o Brasil foi a dos Bantos, povo que durante o período de
colonial brasileiro ocupava a maior parte do continente africano situado
ao sul do equador, na região onde hoje está localizado o Congo, a República Democrática do Congo, Angola e Moçambique, entre outros. Parece
que a grande maioria dos Bantos que foram trazidos para o Brasil
cultuava um deus supremo chamado de Nzambi, Nzambi Mpungu ou Anganga
Nzambi, ou simplesmente Zambi como é conhecido hoje, e a natureza
deificada que era personificada nas divindades chamadas Nkises.
Assim
que chegavam ao Brasil, os africanos escravizados eram logo submetidos à
aculturação portuguesa, traduzida principalmente na catequese católica:
eram batizados e recebiam um nome “cristão”, pelo qual seriam
conhecidos a partir daquele momento.
Assim
como os tupis, os bantos também tentando preservar suas tradições
religiosas no Brasil, adaptaram suas crenças às condições de escravidão
que estavam submetidos. A principal forma encontrada por eles, como foi
feito também pelos tupis décadas antes, foi associar os santos católicos
aos seus deuses, no caso aqui os Nkises, de acordo com as
características ou arquétipos que ambos possuíam em comum. Foi a partir
deste sincretismo, ocorrido no interior das senzalas a partir do final
do século XVI, que nasceu a primeira manifestação sincrética da
religiosidade banto/católica no Brasil: o CALUNDU. Seu nome foi
originado da palavra banto Kilundu, que até o século XVIII foi
utilizada para designar genericamente a manifestação de práticas
africanas relacionadas a danças e cantos coletivos, acompanhadas por
instrumentos de percussão, nas quais ocorria a invocação e incorporação
de espíritos e a adivinhação e curas por meio de rituais de magia.
O
que nos chama a atenção são os relatos da aparente tolerância
manifestada pelos proprietários de escravos ao Calundu. Muito
provavelmente essa atitude devia-se a crença de que com essa prática os
africanos manteriam vivas, pelo menos dentro da senzala, as rivalidades
tribais existentes na África, o que dificultaria a formação de rebeliões
ou fugas. É importante ressaltar que, apesar dessa tolerância, os
aspectos ritualísticos do Calundu ligados a magia e a incorporação de
espíritos eram freqüentemente combatidos por serem considerados coisas
malignas, surgindo daí a expressão magia negra para designar a magia
voltada para o mal, que na mentalidade da época era “coisa de negro”.
Ao
longo de todo o período de escravidão negra no Brasil, inúmeras foram
as tentativas bem sucedidas de fugas das senzalas empreendidas pelos
africanos. Os relatos dos inúmeros quilombos6
existentes no país ao longo dos períodos coloniais e imperiais são a
prova mais marcante disso. Entretanto, no início, antes do surgimento
dos primeiros quilombos, os africanos que conseguiam sucesso em suas
fugas só conseguiam abrigo nas aldeias indígenas do interior. Mais do
que abrigar os primeiros africanos bantos fugidos das senzalas, as
aldeias indígenas abrigariam toda a cultura e religiosidade deles, que
acabaria por influenciar sua própria cultura e religiosidade. Muito
provavelmente no nordeste do século XVII, onde uma pequena parcela de
religiosidade dos bantos acabou se misturando ao sincretismo
ameríndio-católico do interior, levando ao surgimento da primeira
religião sincrética brasileira, o CATIMBÓ, surgida da fusão religiosa
dos três povos formadores do país, também conhecido como CULTO À JUREMA,
resistente até os dias de hoje em todo o nordeste brasileiro.
Apesar
de existirem a incorporação de Caboclos no Catimbó, seu culto baseia-se
principais nas entidades conhecidas como Mestres da Jurema ou apenas
Mestres, e é através deles que se realiza o principal trabalho das
entidades do Catimbó, a cura de doenças e a receita de remédios para os
males físicos, podendo também ocorrer trabalhos para solucionar alguns
problemas materiais e amorosos. Cabe também aos Mestres e aos Caboclos
realizar a limpeza espiritual dos adeptos e a expulsar maus espíritos
das pessoas.
Os Mestres são entidades que se especializam em determinada erva ou raiz e que guardam muito do comportamento e personalidade de sua última encarnação, o que os torna muito naturais e espontâneos, além de possuírem uma forte ligação com a sua caracterização física. Uma característica que chama a atenção é que não existem Mestres do bem ou do mal: eles tanto podem trabalhar para um quanto para o outro, dependendo da orientação do local de culto e do médium.
Ao
longo dos séculos XVII e XVIII cresce consideravelmente o número de
cidades em todo o país, devido a esse fato, surge uma situação
completamente nova em todo o território colonial: o aumento do número de
negros e mulatos alforriados, livres, e de escravos circulando com
relativa liberdade nessas áreas urbanas. A partir das residências desses
negros e mulatos livres, localizadas em sua grande maioria em casebres e
cortiços, que as manifestações religiosas de origem africana
encontraram condições mínimas para se desenvolverem, onde poderiam
realizar suas festas com certa freqüência, construírem e preservarem
seus altares com os recipientes consagrados aos seus deuses.
São nessas residências que surgem, em fins do século XVIII e início do século XIX, uma
nova manifestação sincrética brasileira, que ficou conhecida na Bahia
como CASAS DE CANDOMBLÉ. O Candomblé surge então com base no
fortalecimento das tradições religiosas dos bantos preservadas no
sincretismo com o Calundu e a assimilação de algumas poucas práticas
indígenas que sobreviviam nos quilombos e nas aldeias indígenas dos
arredores deles.
Pelo
fato de servirem como moradia e também como locais de culto, as Casas
de Candomblé se estruturavam com base em famílias-de-santo, que
estabelecia entre seus adeptos uma espécie de parentesco religioso,
característica que foi um importante legado a outras religiões
sincréticas que se originaram a partir dele.
Já a partir da década
de 1840 intensifica-se o tráfico de escravos da etnia sudanesa através
da “Rota da Mina”, que tinha como origem os portos africanos de Lagos,
Calabar e, principalmente São Jorge da Mina, superando no período todas
as demais em termos de escravos trazidos ao Brasil.
A
etnia sudanesa era originada principalmente da África Ocidental, na
região onde hoje está localizado a Nigéria, Benin, Togo e Gana, e é
formada pelos povos Iorubá, Ewe, Fon e Mahin, entre outros. Apesar de
inicialmente muitos terem ficado conhecidos apenas como mina, ao longo
do século XIX os escravos da etnia sudanesa passaram a ser conhecidos
sobre outra nomenclatura, devido a rivalidade e a diferença cultural
existente entre os povos Iorubá e Ewe/Fon, que foi transportada da
África para o Brasil junto com eles. Dessa forma, o povo iorubá passou a
ser conhecido no Brasil como mina-nagô ou nagô, enquanto os povos ewe,
fon e mahin ficaram conhecidos como mina-jeje ou jeje, termo este que
advém do iorubá adjeje que significa estrangeiro ou forasteiro, e
era usada de forma pejorativa pelos iorubás para designar as pessoas
que habitavam a leste de seu território.
Os
nagôs que foram trazidos para o Brasil cultuavam um deus supremo chamado
de Olorun ou Olodumaré e a natureza também deificada e personificada
nas divindades chamadas Orixás. Apesar de na África existirem cerca de
400 Orixás, a grande maioria deles era cultuada em apenas uma cidade,
aldeia ou tribo, sendo poucos os que possuíam um culto em várias
localidades.
Assim como ocorreu com
os bantos, os escravos sudaneses trouxeram para o Brasil parte de sua
cultura e de suas crenças religiosas, que foram pouco a pouco levadas
para dentro de algumas manifestações sincréticas aqui existentes, devido
aos escravos fugidos que buscavam refúgio nos quilombos e depois aos
negros já alforriados, levando ao aparecimento de diversas religiões
sincréticas em solo brasileiro no século XIX, muitas delas com base nas
Casas de Candomblé. "
https://estudodaumbanda.wordpress.com/2009/02/27/4-sincretismo-religioso-e-suas-origens-no-brasil-parte-1,2 e 3/
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